ACEESP - Associação dos Cronistas Esportivos

RESUMÃO: Veja como foi o 4º Simpósio Internacional de Estudos sobre Futebol



Na semana passada nós realizamos a quarta edição do Simpósio Internacional de Estudos sobre Futebol, organizado pelo Centro de Referência do Futebol Brasileiro. Foram quatro dias de evento, que contaram com grandes nomes, ricos debates e atraíram mais de 2 mil espectadores virtuais e 366 presenciais.

Se você perdeu alguma coisa, não se preocupe. Nós separamos aqui os destaques de cada mesa-redonda, que podem ser revistas integralmente no nosso YouTube. Vamos lá?   

Mesa Gênero e Diversidade
Para abrir o evento, tivemos a mesa Gênero e Diversidade, que falou sobre a atuação, o espaço e a resistência de mulheres e pessoas LGBTQIAP+ dentro do futebol. Contamos com a presença de Bernardo Gonzales, Roberta Nina Cardoso, Brenda Elsey e Dilma Mendes, e mediação de Silvana Goellner.🔸Brenda Elsey, historiadora e especialista em política, gênero e cultura popular no século XX, e Dilma Mendes, ex-jogadora e atual treinadora de seleção brasileira de futebol 7, destacaram o período de proibição do futebol feminino no Brasil e como as mulheres resistiram. 🔸 Já Bernando Gonzales, atleta amador transmasculino, pontuou que o futebol trans ainda vive um período de “proibição” e invisibilidade, enquanto Roberta Nina, uma das fundadoras das Dibradoras, ressaltou o crescimento do número de mulheres na mídia esportiva, ainda que em pequena escala quando comparado ao número de profissionais homens. 🔸Vale destacar que o Futebol de Mulheres foi o tema com maior número de submissões de trabalhos para apresentação nos GTs do Simpósio.CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR
​​​Mesa Futebol e Política
No segundo dia do evento, realizado no Sesc Pompeia, a primeira mesa falou sobre como futebol e política estão intrinsecamente relacionados. Participaram do debate Pablo Alabarces, Milly Lacombe, Lívia Magalhães e Adilson Monteiro Alves, com mediação de Bernardo Borges Buarque de Hollanda.🔸 Os professores Pablo Alabarces, especialista em futebol, violência e política, e Lívia Magalhães, especialista em futebol, memória, gênero e autoritarismo, destacaram como governos – autoritários ou democráticos – tentaram usar o futebol como forma de buscar transferir o sucesso no esporte para a popularidade governamental. 🔸 A jornalista Milly Lacombe e Adilson Monteiro, ex-dirigente esportivo, um dos idealizadores da Democracia Corinthiana, por sua vez, pontuaram que futebol e política não só estão ligados como não se separam, ressaltando a atuação da mídia e dos clubes, respectivamente, na defesa da democracia. CLIQUE AQUI PARA ASSISTIRMesa RegionalidadesNa terceira mesa do evento, também no Sesc Pompeia, foi a vez de falar sobre as diferenças econômicas, sociais e futebolísticas entre as regiões brasileiras e o Brasil em relação ao mundo. Compuseram a mesa Emanuel Leite Júnior, Jamil Chade, Mariani Pisani e Raí, com mediação de Flávio de Campos.🔸O jornalista Emanuel Leite e a antropóloga Mariani Pisani trouxeram a questão da hegemonia da região sudeste no futebol, destacando, principalmente, a distância dos clubes nordestinos desta realidade. 🔸 Já o também jornalista Jamil Chade, que mora há 22 anos na Suíça, ressaltou como o futebol brasileiro é desconhecido no restante do mundo, especialmente na Europa, e alertou que a concentração de poder em poucos times também é um fenômeno que começa a preocupar também o torcedor europeu. 

🔸 Por fim, o ex-jogador Raí contou sobre o investimento nas categorias de formação na França, onde reside atualmente, e políticas públicas para descentralização do esporte.CLIQUE AQUI PARA ASSISTIRMesa FutebóisNo terceiro dia do Simpósio, o debate percorreu os diferentes futebóis que se espalham pelo país e constituem parte importante da modalidade nacional. Estiverem presentes Kevin Moore, Douglas Bandeira, Lu Castro e Enrico Spaggiari, com mediação de Arlei Damo.🔸 Morador do quilombo indígena Tiririca dos Crioulos, no interior de Pernambuco, e fundador do Bandeirantes FC e do Museu Indígena do Futebol, Douglas Bandeira agraciou o público com sua história, contando sobre a cultura local e como surgiu a ideia de criar um museu para manter a história futebolística de seu povo. 🔸Já os pesquisadores Enrico Spaggiari, Lu Castro e Kevin Moore expuseram seus trabalhos sobre futebol de várzea, futebol de boates nas décadas de 1970 e 1980 e o ainda preconceito de homens em relação à mulheres jogando e torcendo no futebol, respectivamente. 
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Mesa Copa do Catar e Multiculturalismo: Diásporas e MigraçõesAbrindo o último dia do Simpósio, o assunto foi Copa do Catar e tudo que envolve a realização do maior evento futebolístico do mundo em um país do Oriente pela primeira vez. Participaram do debate Carlos Medina, Faras Ghani, Luiz Burlamaqui e Abdul Jarour, com mediação de José Paulo Florenzano. 🔸 O pesquisador Carlos Medina e o historiador Luiz Burlamaqui trouxeram um breve contexto sobre a história dos palestinos no futebol chileno e sobre as relações internacionais – muitas corruptas – na FIFA, respectivamente. Burlamaqui questionou a narrativa da corrupção como sendo um problema que só aparece quando envolve países “fora do eixo” – como ocorre agora no Catar.🔸 Faras Ghani, jornalista responsável pela cobertura digital da Copa pela Al Jazheera e residente do Catar, destacou as mudanças propostas pelo governo nos últimos anos, de olho no Mundial, pontuando a necessidade de se atentar para o que vai acontecer após a competição.🔸 E Abdul Jarour, refugiado sírio residente em São Paulo, contou sobre o projeto da Copa dos Refugiados e a importância da inclusão dessas pessoas na sociedade através do futebol.CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR

Mesa Racismo e AntirracismoPara fechar o Simpósio com chave de ouro, o público acompanhou um excelente e profundo debate sobre o racismo enraizado na sociedade e, consequentemente, no futebol. Estiveram presentes na mesa Marcelo Carvalho, Claudia Jacobs, Ricardo Pinto e Aranha, com mediação de Marcel Tonini.🔸 Idealizador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho destacou uma quebra do silenciamento na modalidade, com o aumento das denúncias de racismo no meio. Só em 2022, já são 69 casos. 🔸A jornalista Claudia Jacobs e o historiados Ricardo Pinto pontuaram como o futebol é reflexo da sociedade e como a estrutura racista se mantém intacta. Eles ressaltaram os estádios como locais permissivos à prática racista e criticaram a atuação dos clubes contra a temática, se reduzindo ao mero marketing. 🔸 E para finalizar, o ex-jogador Aranha trouxe seu depoimento sobre o assunto, destacando o ambiente propício para a manifestação racista, que se instala no futebol, e  que o problema do racismo ainda é invisibilizado, dificultando o seu combate. CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR

Praça Charles Miller, s/n
Estádio do Pacaembu 
São Paulo – SP 
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