ACEESP - Associação dos Cronistas Esportivos

FPF faz ação na Final do Paulistão Feminino e paralisa relógio em ação contra violência sexual contra mulheres

 

A cada 8 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil, segundo dados do mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Esta triste e revoltante estatística foi a premissa da ação especial desenvolvida pela Federação Paulista de Futebol na transmissão da grande decisão do Paulistão Feminino, no Facebook Watch, neste domingo (20), no duelo entre Ferroviária e Corinthians.

Ao longo de toda a partida final, a cada 8 minutos, a transmissão da FPF TV levantou a discussão, trazendo mais dados alarmantes sobre violência contra as mulheres na capital paulista, no Estado de São Paulo e no Brasil.

“O futebol tem um papel social extremamente importante. E nossa intenção é utilizar a final do campeonato mais tradicional do país, o Paulistão Feminino, para conscientizar sobre um problema que acontece todos os dias, a cada 8 minutos, e é tratado como se fosse trivial”, diz Bernardo Itri, Vice-Presidente Executivo de Marketing e Comunicação da FPF.

As estatísticas exibidas na tela revelam outros dados extremamente alarmantes, como crianças e mulheres estupradas em unidades de saúde, estupro de vulneráveis e em escolas, faixa etária das vítimas e também sobre violência doméstica física.

Em 2020, durante a pandemia do Coronavírus, casos de violência contra mulher aumentaram 44,9% no Estado de São Paulo. Além das estatísticas, a transmissão era reforçar a importância do Ligue 180, que registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes.

“Não podemos aceitar a violência contra a mulher sem fazer nada. Nesse sentido, divulgar os números e principalmente incentivar as mulheres a denunciarem os agressores fazem parte desse processo”, completa Itri.

Na final do Paulistão Feminino do ano passado, a transmissão da FPF TV promoveu a ação Placar pela Mudança, em que o placar na tela era alterado para mostrar a diferença salarial entre homens e mulheres.

O salário médio da mulher brasileira é 20% inferior ao dos homens, segundo o IBGE. Por isso, a cada gol marcado, o placar na tela exibia 0,8 em vez de 1, para evidenciar essa diferença.