ACEESP - Associação dos Cronistas Esportivos

PALESTRA COM ABEL NETO NA SEDE DA ACEESP EM PARCERIA COM A TRACTO COMUNICAÇÃO

O dia em que Abel Neto não entrevistou um desconhecido. Um tal de Usain Bolt.

 

Abel Neto, repórter da TV Globo, participou de um bate-papo com profissionais e estudantes de Comunicação na noite de quinta-feira (16), na sede da ACEESP – Associaçãodos Cronistas Esportivosdo Estado de São Paulo. Em vez de resumirmos o conteúdo da palestra com o nosso olhar, passamos a bola aos 74 presentes ao evento. Questionamos a eles por e-mail o seguinte: “se um amigo te perguntasse ‘o que disse o Abel ontem?’, o que você responderia?”.

As respostas estão logo abaixo. Lendo-as, você perceberá que uma história contada por Abel foi o ponto alto do bate-papo. Em 2008, antes das Olimpíadas de Pequim, ele foi à Jamaica gravar reportagens sobre futebol e atletismo. Para o último dia da viagem de uma semana, estava agendada a entrevista com um então desconhecido, Usain Bolt. Abel optou por cancelar aquela gravação por considerar que já tinha coletado material suficiente para suas matérias. Poucos meses depois, Bolt se tornaria um mito do atletismo nos Jogos da cidade chinesa. Apontar o próprio erro foi uma lição transmitida numa narrativa cativante e educativa.

A conversa de quase 2h de duração faz parte do “Encontros Esportivos Aceesp & Tracto”, um ciclo de palestras gratuitas para um grupo pequeno de pessoas. Como o nome sugere, trata-se de uma parceria da Tracto com a Associação de Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo. Veja a seguir os comentários e, no rodapé, as fotos do evento.


O que chamou a atenção de alguns dos presentes

“Gostei muito quando Abel contou sobre a insegurança da profissão quando ele saiu da faculdade. Como as coisas foram acontecendo naturalmente, fruto de sua vontade, talento e transpiração. Sem contar a história da Jamaica, que deu uma lição para ele e para nós, de que não podemos deixar passar a oportunidade.”
Cassia Garcia (@Kassy_sp)

“Sempre achei que eu pirava e trabalhava demais até descobrir, pelo Abel Neto, que jornalismo é isso e muito mais! É suar a camisa, assim como os jogadores fazem dentro de campo, batalhar mesmo quando estiver cansado. Ter um objetivo, um foco, e correr atrás dele!”
Claudia Barbosa (http://www.alemdasarquibancadas.wordpress.com)

“A melhor parte foi quando ele ensinou que não se deve deixar Usain Bolt para trás (risos). Brincadeiras à parte, não deixar passar qualquer oportunidade que tiver, por menor que ela pareça, foi a maior lição que o Abel nos passou ontem”.
Elis Faber

“O que ficou marcado para mim foi o momento em que o Abel Neto falou sobre a morte do jogador Serginho, do São Caetano, que ele vai levar para a vida inteira. Ele tirou também todas as minhas dúvidas sobre o Jornalismo Esportivo.”
Euclecio Souza

“O que mais gostei da palestra do Abel Neto foi a simplicidade com que ele explicou o dia a dia de um jornalista esportivo. Foi bacana a experiência, retratada por ele a respeito da não-entrevista com Usain Bolt ou sobre a difícil missão de noticiar a morte do Serginho. Essas duas histórias, vindas de um jornalista competente e experiente como Abel, me mostraram que todos os comunicadores, independentemente de nível de experiência ou veículo, têm sempre algo novo a aprender”
Fábio Laudonio (@fabiolaudonio)

“O Abel Neto comentou sobre a questão da imparcialidade como jornalista esportivo. Disse que é complicado ficar demonstrando para qual time você torce, pois por mais que seja verdadeiro em uma matéria, não será considerado isento pelos torcedores, movidos pela paixão do futebol. Como torcedora fanática, isso me fez refletir em como agir a partir de agora quando meu time jogar. Para quem torço? Como diria o Abel, América do Rio.”
Helena Cristina de Oliveira

“Abel Neto mostrou a realidade do repórter de campo de TV. Aquela máxima de que ‘muitos querem, poucos podem’ veio abaixo. Os caminhos são difíceis, mas a dedicação e a transpiração para trazer a informação com parcialidade fazem dele um jornalista esportivo realizado. O fio da navalha com as fontes e a gana de extrair o máximo de uma matéria do atleta mais simples ao mais baladado são as qualidades de um grande repórter.”
João Paulo Garcia Moreira

“O que mais me chamou atenção na palestra, e acho que de todos os presentes, foi a história sobre a visita do Abel à Jamaica para fazer a entrevista com o Renê Simões — que era técnico da Seleção da Jamaica na ocasião —, em que ele perdeu a oportunidade de dar um furo de reportagem entrevistando o Usain Bolt quando ainda não era conhecido como o homem mais rápido do mundo, o que aconteceria na Olímpiada de Pequim, meses depois. O maior exemplo do que não se deve fazer: não dar importância para uma fonte só porque ainda não é conhecida.”
Joice Viana (http://desaltoaltonofutebol.blogspot.com.br/)

“Gostei da palestra inteira. É sempre motivante conhecer as dificuldades que o profissional enfrentou no início de carreira. Assim como eu, o Abel jamais sonhou em trabalhar em TV. Veio da imprensa escrita, de jornal. Foi convidado a fazer um teste na TV Tribuna, em Santos, filial da TV Globo na Baixada, e venceu por mérito, por pura competência. Legal conhecer seus principais desafios, as matérias mais importantes, como se portar no erro ao vivo, as escalas, as dificuldades e a compreensão da família com os horários irregulares.”
Luiz Ademar, comentarista do SporTV e presidente da Aceesp

“Aponto a história dele na Jamaica, onde teve a oportunidade de entrevistar o Usain Bolt antes da fama e acabou preferindo ir às compras e descansar, uma vez que já tinha bastante material para sua matéria. Acabou vendo o atleta jamaicano, quatro meses depois, se tornar recordista e campeão olímpico, batendo o, até então, favorito Asafa Powell. A lição deixada foi a de nunca subestimar ninguém e jamais deixar qualquer oportunidade de entrevistar pessoas, conhecer lugares e ouvir histórias, pois nunca se sabe o dia de amanhã e, com certeza, poderá render frutos lá na frente.”
Matheus Dalcim (http://esporte.dalcim.com)

“A parte da palestra mais interessante foi a história que Abel falou da Jamaica, onde perdeu a oportunidade de entrevistar uma promessa do atletismo que atendia pelo nome de Usain Bolt. Meses depois, ele seria campeão olímpico batendo o recorde mundial dos 100m rasos. Ficou uma lição de jornalismo para todos a partir dessa história dele.”
Márcio Donizete (@marciodonizete)

“A parte bacana da conversa com Abel Neto foi descobrir que, antes de ser o jornalista incrível que é, passou por momentos de esforço, do dia-a-dia, que nos aproximam da referência que ele se tornou, como a tentativa do primeiro emprego, as aulas de inglês que dava enquanto fazia a faculdade etc.”
Patricia Faermann

“A entrevista que poderia ter feito, e não fez, além dos percalços vividos na profissão: dois dos assuntos mais marcantes no bate-papo entre o repórter esportivo da TV Globo, Abel Neto, e o público seleto com quem ele se reuniu. Abel demonstrou bem porque chegou aonde chegou.”
Ricardo Borges (http://bancademanchetes.blogspot.com)

“Duas coisas chamaram a minha atenção na palestra com o Abel Neto ontem. A primeira foi sobre a cobertura da morte do jogador Serginho, do São Caetano. Ele contou que estava no Morumbi, foi ao hospital quando aconteceu e deu a notícia, ao vivo, para todo o Brasil. A outra  foi o arrependimento dele de não entrevistar o Bolt, quando tinha 19 anos de idade.”
Rômulo Queiroz Magalhães (http://futeboleumpoucomais.blogspot.com.br/)

“Gostei muito do encontro ontem e certamente destacaria a história que o Abel contou sobre a ida dele até a Jamaica. A oportunidade perdida de entrevistar Usain Bolt antes de todos, como ele mesmo afirmou, marcou. Serve de espelho para os mais jovens que estão começando na carreira, como eu.”
Tayguara Ribeiro.

“A melhor parte foi ver a descontração dele. É uma pessoa que transmite um ar de espontaneidade. Você consegue perceber que aquele é realmente o Abel. Foi superlegal o papo. Ele disse que esteve uma vez na Jamaica para uma matéria com o Asafa Powell e que tinha até marcado para conhecer o Usain Bolt, que até então não era conhecido, e por uma questão de agenda não o entrevistou. Disse que foi uma coisa que marcou pra ele.
Vinicius Belli

“O Abel Neto é uma pessoa realmente diferenciada. Foi muito importante ter participado do bate-papo, pois são muitas as experiências que podem ser assimiladas, principalmente pelos que estão iniciando na profissão ou até no curso de Jornalismo. Das histórias dele, não posso deixar de destacar a entrevista que ele não fez com o até então desconhecido Usain Bolt, em sua passagem pela Jamaica, em janeiro de 2008. Além de ser um acontecimento engraçado, me ensinou uma lição muito grande, de não perder as oportunidades que aparecem.”
Vitor Marzano Ricci.